Bem-estar Integral

Todos nós queremos viver bem, estar saudáveis, felizes, numa boa situação econômica, etc. Mas, o que temos feito para isto? Qual é o nosso conceito de “estar bem”? Para alguns, estar bem é ser saudável, para outros é ter muito dinheiro, outros acham que é ser famoso. Enfim, cada um pensa de determinada forma e crê firmemente estar correto. Quando seus postulados de vida não coincidem com a realidade afirmam que o mundo, ou os “outros”, não o ajudaram, que não os compreenderam, enfim, que são vítimas do monstro cruel da sociedade. É necessário rever conceitos e reformular idéias a respeito de nós mesmos. O bem-estar, o triunfo ou o fracasso residem em nosso mundo psicológico. Vejamos os ensinamentos do Dr. Samael Aun Weor em sua obra intitulada A REVOLUÇÃO DA DIALÉTICA:

“Necessitamos do bem-estar integral. Todos sofremos, temos amarguras na vida e queremos mudar. Em todo caso, penso que o bem-estar integral é o resultado do AUTO-RESPEITO. Isto parece bastante estranho a um economista, a um teósofo, etc.

“Que teria a ver o auto-respeito com a questão econômica, com os problemas relacionados com o trabalho ou com a força de trabalho, com o capital, etc.?

“Quero comentar o seguinte: o Nível de Ser atrai nossa própria vida… Vivíamos em uma casa muito bonita na cidade do México. Atrás dessa casa existia um terreno amplo que estava vazio. Um dia qualquer, um grupo de pára-quedistas, como os chamamos, invadiu aquele terreno. Prontamente edificaram suas choças de papelão e se estabeleceram ali. Inquestionavelmente, se converteram em algo sujo dentro daquela colônia. Não quero subestimá-los, porém se realmente suas choças de papelão estivessem asseadas, nada lhes oporia. Desgraçadamente, havia entre essas pessoas uma falta de higiene espantosa.

“Observei cuidadosamente, desde a sotéia da casa, a vida daquelas pessoas: se insultavam, se feriam a si mesmas, não respeitavam a seus semelhantes; sua vida, em síntese, era horripilante, com misérias e abominações.

“Se antes não se viam por aí as patrulhas da polícia, depois estas andavam sempre visitando a colônia. Se antes essa colônia era pacífica, depois se converteu em um inferno. Assim pois, pude evidenciar que o nível de Ser atrai nossa própria vida, isso é óbvio.

“Suponhamos que um desses habitantes resolvesse, da noite para a manhã, respeitar-se a si mesmo e respeitar aos demais, obviamente mudaria.

“Que se entende por respeitar-se a si mesmo? Deixar a delinquência, não roubar, não fornicar, não adulterar, não invejar o bem-estar do próximo, ser humilde e simples, abandonar a preguiça e converter-se em uma pessoa ativa, asseada, decente, etc.

“Um cidadão, ao respeitar-se a si mesmo, muda de nível de Ser e, ao mudar o nível de Ser, inquestionavelmente atrai novas circunstâncias, pois se relaciona com pessoas mais decentes, com pessoas distintas e, possivelmente, essa mudança de relações provocaria uma mudança econômica e social em sua existência. Assim se cumpriria isto que estou dizendo, de que o Auto-Respeito Integral vem a provocar o bem-estar social e econômico. Porém, se alguém não sabe respeitar a si mesmo, tampouco respeitará a seus semelhantes e se condenará a si mesmo a uma vida infeliz e desventurada.

“O princípio do Bem-Estar Integral está no AUTO-RESPEITO”.

Auto-reflexão

Devemos ter precisão nos termos e clareza nos conceitos. O vocábulo “auto-reflexão” contém, em si mesmo, um conteúdo profundo. O radical grego “auto” traduz-se como “por si mesmo”; e “reflexão” compõe-se do prefixo interativo “re”, indicando repetição, voltar para trás; e “flexus”, particípio passado do verbo latino “flectere”, significando dobrar, virar. A REFLEXÃO é um ato de voltar para trás, de virar, ou seja, voltar a CONSCIÊNCIA sobre si mesmo para examinar o seu próprio conteúdo, por meio da COMPREENSÃO.

Vejamos o que nos diz o Dr. Samael Aun Weor, na mesma obra mencionada:

“Não esqueçamos que o exterior é tão somente o reflexo do interior, isso já o disse Emmanuel Kant, o filósofo de Koningsberg. Se estudamos cuidadosamente a Crítica da Razão Pura descobrimos, certamente, que o exterior é o interior, palavras textuais de um dos grandes pensadores de todos os tempos”.

O conceito preciso de Emmanuel Kant é claríssimo: “O EXTERIOR É O REFLEXO DO INTERIOR”. Se a nossa vida externa, social, profissional, conjugal, financeira, etc., é um verdadeiro fracasso, isso se deve às características psicológicas que carregamos em nosso mundo interno. Se houver mudança no interior é lógico que teremos alterações no mundo exterior”.

Prossegue o Dr. Samael:

“A imagem exterior do homem e as circunstâncias que o rodeiam são o resultado da AUTO-IMAGEM. Todos temos uma auto-imagem; esta palavra composta – “auto” e “imagem” – é profundamente significativa.

“Precisamente, me vem à memória nestes momentos a fotografia de Santiago. Tira-se uma fotografia de nosso amigo Santiago e, como coisa curiosa, saem dois Santiagos: um muito quieto, em posição firme, com o rosto para frente; o outro aparece caminhando frente a ele com o rosto de forma diferente, etc. Como é possível que em uma foto saiam dois Santiagos?

“Eu creio que vale a pena ampliar esta foto, porque pode servir para mostrá-la a todas as pessoas que se interessam por estes estudos. Obviamente, penso que o segundo Santiago seria a auto-reflexão do primeiro Santiago, isso é óbvio; porque escrito está que a imagem exterior do homem e as circunstâncias que o rodeiam são o resultado da auto-imagem.

“Também está escrito que o exterior é tão só a reflexão do interior. Assim é que, se nós não nos respeitamos, se a imagem interior de nós mesmos é muito pobre, se estamos cheios de defeitos psicológicos, de chagas morais, inquestionavelmente surgirão eventos desagradáveis no mundo exterior, como dificuldades econômicas, sociais, etc. Não esqueçamos que a imagem exterior do homem e as circunstâncias que o rodeiam são o resultado de sua auto-imagem.

“Todos temos uma auto-imagem pobre e miserável e se a esta imagem acompanham circunstâncias desagradáveis, uma situação econômica difícil, problemas de toda espécie, conflitos, seja em casa, no trabalho, na rua, etc., isto se deve, simplesmente a que nossa IMAGEM PSICOLÓGICA é pobre, defeituosa e horripilante; e no meio ambiente refletimos nossa miséria, nossa nulidade, o que somos.

“Se queremos mudar, necessitamos de um câmbio total e magno. Imagem, valores e identidade devem mudar radicalmente.

“Em minhas várias obras disse que cada um de nós é um ponto matemático no espaço e que servimos de veículo a determinadas somas de valores. Alguns servem de veículo a valores geniais e outros poderão servir de veículo a valores medíocres; por isso, cada qual é cada qual. A maior parte dos seres humanos serve de veículo aos valores do Ego, do Eu. Estes valores podem ser ótimos ou negativos. Assim que, imagem, valores e identidade são um todo único.

“Digo que devemos passar por uma transformação radical e afirmo, de forma enfática, que identidade, valores e imagem devem ser mudados totalmente.

“Necessitamos de uma nova identidade, novos valores e nova imagem, isto é, revolução psicológica, revolução íntima. É absurdo continuar dentro do círculo vicioso em que atualmente nos movemos. Precisamos mudar integralmente.

“A auto-imagem de um homem dá origem à sua imagem exterior. Ao dizer auto-imagem refiro-me à imagem psicológica que temos dentro de nós. Qual será nossa imagem psicológica? Será a do iracundo, a do cobiçoso, a do luxurioso, a do invejoso, a do orgulhoso, a do preguiçoso, a do glutão, ou o que? Qualquer que seja a imagem que de nós mesmos tenhamos, ou diríamos melhor, a auto-imagem, dará origem, como é natural, à imagem exterior.

“A imagem exterior, ainda que esteja muito bem vestida, poderia ser pobre. É acaso bela a imagem de um orgulhoso, de alguém que se tornou insuportável, que não tem um grão de humildade? É acaso agradável a imagem de um luxurioso? Como atua um luxurioso, como vive, que aspecto apresenta o seu quarto, qual é seu comportamento na vida íntima com o sexo oposto, ou talvez já está degenerado? Qual seria a imagem externa de um  invejoso, de alguém que sofre pelo bem-estar do próximo e que em segredo causa dano aos outros, por inveja? Qual é a imagem de um preguiçoso que não quer trabalhar e que está sujo e abominável? E a de um glutão?

“Assim que, na verdade, a imagem exterior é o resultado da imagem interior e isto é irrefutável. Se um homem aprende a respeitar-se a si mesmo muda sua vida, não somente dentro do terreno da Ética ou da Psicologia, senão também dentro do terreno social, econômico e até político. Porém, há que mudar. Por isso, insisto que identidade, valores e imagem devem ser mudados.

“A identidade, valores e imagem atuais, que de nós mesmos temos, são miseráveis. Devido a isso a vida social está cheia de conflitos e problemas econômicos. Ninguém é feliz por estes tempos, ninguém é ditoso. Porém, poderíamos mudar a imagem, valores e a identidade que temos? Poderíamos assumir uma nova identidade, novos valores, nova imagem? Afirmo claramente que sim, é possível.

“Inquestionavelmente, precisaríamos desintegrar o Ego. Todos temos um Eu. Quando golpeamos uma porta nos perguntam: quem é? Respondemos: Eu! Porém, quem é esse Eu, quem é esse Mim Mesmo?

“Na realidade, na verdade, o Ego é uma soma de valores negativos e positivos. Poderíamos desintegrar o Ego, acabar com esses valores positivos e negativos e então poderíamos servir de veículo a novos valores, aos valores do Ser. Porém, nesse caso, necessitamos de uma nova didática, se é que queremos eliminar todos os valores que temos atualmente para provocar uma mudança”.

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