A experiência prática da TVP ou Regressão tem demonstrado que o intervalo entre um nascimento em um corpo físico e outro é tão variado e rico como a vida material nesse mundo material.
É óbvio que há vida para a consciência desencorporada. É preciso ir estudando o tema com muita prudência e sensatez para evitarmos elocubrações inconsistentes ou fantasiosas. O Livro Tibetano dos Mortos explica acerca da consciência desencarnada. Vejamos um pequeno trecho:
“…você não tem corpo físico de carne e sangue, assim, quaisquer que sejam as ocorrências de sons, de cores e de raios de luz, elas não podem machucá-lo e você não pode morrer… Saiba que este é o estado bardo.”
Dr. Rudolf Steiner, foi médico e fundador do Movimento Antroposófico, escreveu vários livros dentre os quais extraímos o seguinte:
“A vida entre a morte e um novo nascimento é tão rica e tão variada como a vida aqui entre o nascimento e a morte…”
A obra sacra Katha Upanishad da Índia, que remonta do século VI a.C., declara:
“O Eu… não morre quando o corpo morre. Oculto no coração de todas as coisas está o atma, o Espírito, o Eu; menor do que o menor dos átomos, maior do que o maior dos espaços.”
A antiga Grécia produziu inúmeros filósofos, dentre eles destacamos a Plutarco. O sábio deixou as seguintes palavras em uma de suas obras:
“Toda alma… é ordenada a vagar entre as encarnações na região entre a Lua e a Terra…”
Poderíamos citar dezenas ou centenas de afirmações de filósofos, sábios, obras clássicas, etc. acerca da imortalidade da alma, mas as apresentadas acima são suficientes para nos levar a reflexão sobre a continuidade existencial da alma ou consciência.
A percepção dos fenômenos ocorridos na intervida é muito variada. Ocorre que os níveis de consciência perceptiva são muito distintos entre as almas. Do mesmo modo que os níveis de inteligência entre os encarnados. Pela avaliação dos testes de inteligência sabemos que há grande variedade de manifestação dessa capacidade humana. Temos indivíduos superdotados com elevadíssimo grau de Q.I. (quociente de inteligência) como também milhões de seres humanos com baixíssimo grau, chegando às raias da imbecilidade ou cretinice. A forma como esse indivíduos vêem o mundo é completamente diferente. De modo similar ocorre com as almas. Existem almas com elevado nível de percepção do mundo espiritual e almas cuja visão é nebulosa, inconsistente. Assim como também temos uma média de inteligência (Q.I.) para a humanidade, o mesmo ocorre com as percepções da alma. Desse modo teremos variadas descrições dos pacientes acerca da percepção do intervalo entre vidas. A nossa experiência profissional tem demonstrado que todas as pessoas percebem certos fenômenos intervida. Alguns os percebem de modo muito claro e lúcido, outros um tanto quanto nebuloso. Dentre essas percepções intervida, destacamos os seguintes pontos:
Percepção do anjo da morte (PAM). Em nossa experiência pessoal uma pessoa em cada 50 o vê.
Percepção do anjo da vida (PAV). Cerca de uma em cada vinte pode contemplá-lo.
Retrovisão existencial imediata (REI). Essa revisão retrospectiva da vida atual ocorre imediatamente nas proximidades da morte física, não exatamente na intervida, no entanto está intimamente relacionada. O indivíduo vê toda a sua vida do momento presente até o nascimento. É semelhante a ver um filme de trás para frente. O REI tem a finalidade de preparar a alma para o julgamento espiritual que ocorrerá mais adiante. Cerca de um em cada dez recordam dessa experiência.
Retrovisão existencial mediata (REM). Essa visão retrospectiva só ocorre quando há o desligamento da alma do indivíduo do corpo material. Essa revisão está condicionada a morte total e completa do corpo carnal. No REM o indivíduo revê de forma intensa a sua existência que findou. Nesse caso o indivíduo vê a cena e ao mesmo tempo é partícipe dos eventos. É algo semelhante a ser o diretor e o ator do filme ao mesmo tempo. Em REM o indivíduo vivência na própria existência, tudo o que fez no passado. Caso tenha provocado dor em alguém ele sente a mesma dor na mesma intensidade. Por exemplo, o indivíduo causou uma grande decepção moral a uma parente. Essa mesma decepção ele sente e vive intensamente. Tal ocorrência está em perfeita sintonia com a máxima bíblica: “Com as varas que medirdes serás medido”. Desse mesmo modo sentirá imensa alegria ao proporcionar bem estar e alegria ao seu semelhante. Em síntese, sentirá alegria pelos bons atos praticados e tristeza pelas más ações impostas ao seu semelhante. E nossa experiência profissional uma em cada dez mil consegue, expontaneamente, ter a retrovisão existencial mediata (REM).
Julgamento nos Tribunais do Karma (JTK). A nossa exeperiência pessoal demonstra que cerca de 20% dos nossos clientes tiveram a percepção do julgamento nos Tribunais do Karma. A propósito, o tema Karma será estudado detalhadamente em lições posteriores. Ressaltamos que obras como a Bíblia, o Livro Tibetano dos Mortos, o Livro Egípcio dos Mortos, o Alcorão, a Divina Comédia e outras obras religiosas e filosóficas falam claramente do julgamento nas dimensões superiores.
Dr. Joel L. Whitton, M.D., Ph.D., professor de psiquiatria na Universidade de Toronto, Canadá, juntamente com o jornalista Joe Fisher, escreveram a obra “Vida-Transição-Vida” (Pensamento, São Paulo, 1992), da qual extraímos o seguinte:
“O testemunho dos pacientes do dr. Whitton endossa plenamente a existência de um conselho de julgamento e amplia consideravelmente descrições bastante esparsas, transmitidas do velho mundo. Quase todos os que se aventuraram na metaconsciência se encontraram perante um grupo de seres sábios e maduros – geralmente em número de três, ocasionalmente quatro e, em raros casos, até sete – percebidos em meio a uma multiplicidade de aparências. Eles podem ser de identidade indeterminada, ou então assumir a aparência de deuses mitológicos ou de mestres religiosos”.
Os documentos do antigo Egito falam em Anúbis, Supremo Juiz do Karma, e seus quarenta e dois auxiliares. A experiência prática tem nos demonstrado que os juizes ou conselheiros dos tribunais da Justiça Celestial sempre orientam a alma em sua melhor forma de viver e reequilibrar os atos negativos praticados no passado.
O nossos clientes que descreveram os Juizes Celestiais sempre afirmaram ser esses indivíduos muito pacientes, bondosos e fraternais. Seus conselhos são sempre saturados de infinito amor e sabedoria profunda. A alma é obrigada a seguir esses conselhos? A resposta é NÃO, mas deveria segui-los, pois os juizes sabem o que dizem, já que são seres de elevado nível de consciência. O que ocorre com as almas desobedientes? Elas sofrerão demasiadamente, sendo que tal carga de dores poderia ser evitada caso seguissem a orientação dos sábios.
A nossa observação quanto ao número de juizes, são semelhantes as do Dr. Whitton.
Nos tribunais superiores o indivíduo, quase sempre é conduzido a um lugar no qual ele vê a sua vida numa espécie de tela ou num livro. Alguns a vêem refletida num poço ou lago. Após essa auto-avaliação da alma ocorre a sentença ou resultado do julgamento.
Extrato da lição do Curso de Formação de Terapia de Regressão. Mais info, clique aqui.