A experiência tem comprovado até a saciedade que a CONSCIÊNCIA é o instrumento fundamental para a revelação dos sonhos. Mas para saber usar esse instrumento torna-se indispensável, inicialmente, conhecê-lo mesmo que teoricamente.
O termo consciência origina-se do latim “conscientia“, de “cum” indicando simultaneidade e “scientia” significando ciência. A Psicologia a define como a função pela qual conhecemos a vida interior. É o conhecimento de nossos estados psicológicos à medida em que eles se desenrolam em nosso interior.
Os conceitos da Psicologia atual são insuficientes para definir claramente o que é consciência. Em síntese, não se sabe. Será possível definir CONSCIÊNCIA objetivamente?
Somente aquele que possui CONSCIÊNCIA OBJETIVA pode compreendê-la e definí-la. Chegamos a um beco sem saída, porque a grande maioria da humanidade não possui consciência objetiva, portanto não está capacitada a compreendê-la. O percentual médio de consciência da humanidade é de cerca de 3%. Onde estão os 97% restantes? Estão condicionados nos apegos, defeitos, imperfeições, complexos, orgulhos, luxúrias, problemas, ressentimentos, vaidades, gulas, arrogâncias, cobiças, invejas, pecados ou, sinteticamente, nos EUS ou AGREGADOS PSICOLÓGICOS.
Sob o ponto de vista prático, a consciência é uma espécie de “dar-se conta interiormente”, não tendo nada a ver com as atividades do pensamento ou da mente. É uma tomada de conhecimento de si mesmo. É a percepção de QUEM SE É, de ONDE SE ESTÁ e o QUE SE FAZ. Após este estado, compreende o que sabe, o que não sabe e o que precisa aprender. Somente a própria pessoa será capaz de saber se, de fato, está ou não CONSCIENTE em certo momento. Logicamente, apenas o próprio indivíduo pode aperceber se sua consciência existe ou não naquele instante. Portanto, é impossível para qualquer pessoa avaliar se a consciência do outro está ou não ausente. As manifestações exteriores são impróprias para nos certificarmos se há ou não a presença da consciência em dado momento.
CONSCIÊNCIA: PRESENTE OU AUSENTE
A presença ou ausência da consciência tem e deve ser percebida pela própria pessoa, porque somente o indivíduo pode avaliar o seu estado. Nem sempre os atos exteriores são fiéis indicadores do estado de consciência. Podem ocorrer ações e reações físicas, psicológicas ou mentais, sem que a pessoa esteja consciente. Uma pessoa poderá perceber, em dado momento, que esteve CONSCIENTE uns poucos instantes, mas logo esquecerá tal experiência, pois mesmo que a recorde não haverá a presença da consciência. Será tão somente a memória e nada mais. É preciso compreender a descontinuidade do estado conscientivo. O indivíduo não está pleno de si mesmo todo o tempo. Os momentos mais intensos de consciência criam a memória e, em outros, o esquecimento completo de si mesmo. A movimentação desta descontinuidade produz a sensação de consciência. Além do mais, devemos acrescentar a condição de DURAÇÃO , FREQUÊNCIA e PROFUNDIDADE da consciência.
O intervalo de tempo no qual a pessoa ficou consciente de si mesma, vai nos indicar a DURAÇÃO DA CONSCIÊNCIA.
A quantidade de vezes em que o indivíduo permaneceu no estado de alerta demonstrará a FREQUÊNCIA DA CONSCIÊNCIA.
A amplitude e a penetração da percepção conscientiva do homem, em dado momento, irá mostrar a PROFUNDIDADE DA CONSCIÊNCIA.
Como você poderá saber qual é o limite de sua consciência? Pois bem, preste atenção ao seguinte exercício:
Sente-se comodamente, tendo à sua frente um relógio de parede. Fixe sua atenção no ponteiro dos minutos, isto é, no maior. Lute por recordar-se de si mesmo, lembrando-se constante e continuadamente do seguinte: EU SOU ( diga o seu nome), EU ESTOU AQUI NESTE MOMENTO. Concentre-se apenas nestes dois pontos enquanto fixa a atenção no ponteiro do relógio. Permaneça consciente de si mesmo, de seu nome, de sua existência e do lugar em que se encontra. Não pense em mais nada, afaste todo e qualquer outro pensamento.
Se você for persistente, poderá permanecer neste estado de atenção por três minutos, por exemplo. Este será o limite do seu ESTADO DE ALERTA ou de CONSCIÊNCIA. Se você tentar repetir o teste, poderá encontrar maior dificuldade. Esta prática comprova a possibilidade da EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA mediante ESFORÇOS VOLUNTÁRIOS.
Pelo experimento descrito, concluimos que não estamos conscientes todo o tempo. Temos uma sensação de consciência devido ao fluxo de pensamentos e a memória dos fenômenos já ocorridos. O indivíduo, ao obter alguns resultados na AUTO-RECORDAÇÃO, poderá ter uma visão clara dos centros de sua máquina humana e se dará conta do automatismo em que vive.