A inteligência espiritual está relacionada com a capacidade de encontrar um propósito na vida e saber lidar com os problemas existenciais que surgem em momentos de fracassos, de rompimento e de dor. O excessivo materialismo e egocentrismo patológico do mundo moderno geram uma espantosa crise existencial. A grande massa humana passou a buscar a felicidade na aquisição de bens materiais, dinheiro, cargos, posições sociais, etc. e não consegue mais encontrar sentido para sua vida nesse mundo. A humanidade está numa corrida louca para chegar em lugar nenhum. Para nos tirar dessa situação caótica devemos estimular a nossa inteligência espiritual. É preciso deixar claro que a inteligência espiritual nada tem a ver com religião. Há pessoas religiosas que possuem baixíssimo nível de inteligência espiritual porque buscam na religião somente a sua salvação e não se atêm ao questionamento e auto-inquirição.
Proseguiremos no estudo dos Quatro Caminhos Para a Inteligência Espiritual. No post anterior mencionamos acerca dos Caminhos do Faquir e do Monge, agora vamos abordar o Caminho do Yogue e o Caminho do Homem Equilibrado.
CAMINHO DO YOGUE
O terceiro Caminho é o do Yogue.
O Caminho do Yogue é o do conhecimento, do intelecto, das idéias, do pensamento, da Filosofia. Neste caminho o buscador, às expensas das emoções e do instinto, consegue compreender o seu lugar no Universo. Descobre qual será o seu próximo passo, mas ao descobri-lo comprova que não poderá alcançá-lo porque necessitará de sua energia emotiva, a qual foi succionada pela excessiva atividade intelectual ou de adestramento mental. Para se tornar capaz de prosseguir no AUTO-CONHECIMENTO deverá obter o domínio de seu corpo e de suas emoções. Para lográ-lo deverá voltar a trabalhar sobre si. A dedicação será prolongada e com esforços constantes. A maior vantagem do YOGUE é que se encontra justamente no ponto em que percebe onde errou, reconhece sua falta e, acima de tudo, sabe o que deve fazer e a direção a ser tomada.
O faquir e o monge dificilmente sabem onde vão chegar. Eles simplesmente querem, interiormente, sair da condição em que se encontram. Já o yogue, ao adquirir conhecimento, visualiza a sua meta e possui objetivos claros.
O yogue poderá levar anos estudando Esoterismo, Filosofia, Ocultismo, Hermetismo ou Ciência. Devorará grossos volumes de obras clássicas e modernas, dissecará bibliotecas e se afiliará a várias escolas pseudo-esotéricas. Depois de muito sofrer com as teorias contraditórias de cada linha de pensamento, alcançará uma síntese. Se, por fim, não for velho demais, ou não estiver excessivamente decepcionado com a vida, seguramente encontrará ALGO. Este ALGO o guiará, com toda certeza, para o CAMINHO MAIOR.
CAMINHO DO HOMEM EQUILIBRADO
Nas condições da vida atual, será por demais difícil encontrar, no Ocidente, alguém disposto a seguir o Caminho do Faquir ou do Monge. O mais comum é encontrarmos os buscadores optando, mesmo que parcialmente, pelo Caminho do Yogue. Mas, nem todos obtêm bons resultados em suas buscas.
Nas Américas ou na Europa, praticamente inexistem Escolas de Faquires. Além do mais, com a raça humana já tão decadente, seriam poucos os que se submeteriam a tão severas disciplinas.
As religiões seriam a opção no Caminho do Monge. Mas, desgraçadamente, os religiosos transformaram a Religião num verdadeiro mercado persa, onde se compra de tudo e se vende de tudo. Pouco se ensina sobre a verdadeira vocação para DEUS e por DEUS.
Em meio a tudo isto, o que deve fazer o autêntico buscador? Será que existe um caminho que seja satisfatório para a nossa vida moderna? Sim, existe. Este é o CAMINHO DO HOMEM EQUILIBRADO ou o QUARTO CAMINHO.
No Caminho do Faquir o buscador deve se isolar, retirar-se do mundo e dedicar-se à sua severa disciplina.
No Caminho do Monge o buscador renuncia à vida comum para entregar-se à contemplação e ao amor a Deus.
No Caminho do Yogue o buscador gasta grande parte de seu tempo a estudar e acumular informações, ficando praticamente isolado.
No Caminho do Homem Equilibrado ou QUARTO CAMINHO não se exige o abandono da vida comum. Não é necessário isolar-se do mundo, mas nem por isto significa que seja mais fácil.
Para entrar no Quarto Caminho é preciso preparo. Aquele que quer seguir este caminho deverá reunir condições favoráveis ao trabalho. Deverá compreender que surgirão muitos obstáculos, tanto internos como externos.
No Caminho do Faquir o buscador deve se isolar, retirar-se do mundo e dedicar-se à sua severa disciplina. |
Os Caminhos do Faquir, do Monge e do Yogue possuem características perfeitamente claras e definidas. No Quarto Caminho não há forma pré-estabelecida. Cada um deve encontrá-lo, evocá-lo. Este é o primeiro obstáculo. Os instrutores e mestres fornecem unicamente as ferramentas e dão uma idéia de como se deve trabalhar, todavia cumpre ao buscador encontrar seu caminho.
O Quarto Caminho é o menos conhecido de todos. Alguns até acreditam não sê-lo possível. No início este caminho é muito mais fácil do que o do Faquir, do Monge ou do Yogue. É perfeitamente possível seguir este Caminho com as nossas tarefas diárias e condições normais de vida, pois o ritmo diário é o material para o trabalho.
No Quarto Caminho se trabalha os três já citados, todavia em condições completamente diferentes; extrai-se o supra-sumo do Faquir, do Monge e do Yogue.
O Faquir, de tanto adestrar o seu corpo, passa a dominá-lo de forma completa e íntegra, mas é carente de emoções e pensamentos.
O Monge, após muitas renúncias e abnegações, obtém domínio das emoções, no entanto não domina o corpo ou os pensamentos.
O Yogue manipula com perfeição os pensamentos e idéias, contudo é incapaz de comandar o seu corpo ou suas emoções.
O Caminho do Homem Equilibrado é totalmente diferente dos três anteriores. Neles, o buscador FAZ, mas não compreende o que faz. No Quarto Caminho o buscador FAZ e sabe o que faz e porque faz. Quanto maior for a compreensão de seus atos, maiores serão os resultados dos seus esforços. O ponto básico deste Caminho é: mais trabalho, maiores resultados; menos trabalho, menores resultados. A colheita do buscador dependerá do grau e profundidade de seus ESFORÇOS CONSCIENTES para alcançar a meta. O Quarto Caminho não exige fé como no Caminho do Monge. Cada um deve investigar por si mesmo as afirmações e postulados para confirmar se o que aprende é reflexo da verdade.
O QUARTO CAMINHO exige um trabalho simultâneo no campo das ações, da emoção e do pensamento. Durante o trabalho sobre o CORPO FÍSICO deve-se, ao mesmo tempo, estar perfeitamente atento às emoções e aos pensamentos. Enquanto se estiver operando sobre as EMOÇÕES é preciso estar alerta sobre o corpo físico e os pensamentos. Ao se dirigir a atenção para o PENSAMENTO, simultaneamente se estará fiscalizando as emoções e o corpo físico.
No Caminho do Homem Equilibrado ou QUARTO CAMINHO não se exige o abandono da vida comum. Não é necessário isolar-se do mundo, mas nem por isto significa que seja mais fácil.
Ao se trabalhar simultaneamente com as três esferas básicas do CORPO FÍSICO, EMOÇÕES e PENSAMENTO, se irá adquirindo um CONHECIMENTO que não foi e não pode ser obtido pelo Faquir, Monge ou Yogue. Este trabalho é executado em três direções ao mesmo tempo, portanto a experiência acumulada é incrivelmente superior a qualquer dos três já mencionados.
Ao longo do curso SABER É PODER, e também nestas lições, propomos uma PRAXIS, para que você encontre a meta desejada. Nós não temos meta para você, individualmente, temos apenas uma proposta de trabalho. Você determina sua meta e seu avanço. Nós nos limitamos a fornecer-lhe as ferramentas e os planos de construção. Se você vai construir rápido, devagar ou não vai construir, é assunto de seu foro íntimo, o qual respeitamos profundamente.
Todos os exercícios que lhe passamos foram didaticamente elaborados para cada etapa de seu avanço. Há experimentos para a disciplina do corpo físico. Existem práticas para o domínio das emoções. Muitos PRAXIS destinam-se ao controle dos pensamentos. Portanto, o Caminho que propomos é o QUARTO CAMINHO ou o CAMINHO DO HOMEM EQUILIBRADO.
Extrato da lição do Curso de Metafísica Energética. Mais info, clique aqui.