A Kaballah
O termo hebraico “KABBALAH” significa receber por tradição, ser herdeiro. Kabbalah é o conhecimento do Homem, do Universo e de Deus, segundo as tradições hebraicas. Estuda também as interrelações de todas as partes da Criação. Suas origens perdem-se na poeira dos milênios mas, de acordo com os antigos, é atribuída a Abrahão.
Segundo consta, existem quatro formas de compreender a Kabala:
1) SENTIDO LITERAL – neste nível, a pessoa somente capta o que significa a palavra pela sua característica vernacular. Exemplo: “Adão” traduz-se como “Homem” e nada mais que isso.
2) SENTIDO ALEGÓRICO – esta forma caracteriza-se pela compreensão do símbolo que a palavra ou a junção das letras representam. Exemplo: “Adão” como símbolo de toda a humanidade.
3) SENTIDO METAFÍSICO – a percepção metafísica depende exclusivamente do nível de maturidade interna da pessoa. Não pode ser explicada pela lógica formal. Grosseiramente, poderíamos exemplificar como: “Adão é Deus”.
4) SENTIDO MÍSTICO – refere-se à captação transcendental, além de toda e qualquer explicação literal, alegórica ou metafísica. É a captação direta da VERDADE, assim como Jesus ensinou: “CONHECEI A VERDADE E ELA VOS FARÁ LIVRES”. Somente quando ocorre o suficiente amadurecimento espiritual advém a compreensão mística, oculta, velada, indizível da Kabala.
Arvore da Vida
A “Arvore da Vida” é a porta de entrada ao estudo da Kabala. A Árvore da Vida é o ADÃO KADMON. Adão Kadmon sou eu, você e toda a humanidade. Adão Kadmon não é uma pessoa conhecida ou desconhecida. Adão são todos, a humanidade inteira. Ele contém, em si mesmo, o princípio da GRANDE REALIDADE manifestada. Sua cabeça toca o ABSOLUTO e seus pés estão cravados nas manifestações relativistas da EXISTÊNCIA.
A primeira lei da Kabala refere-se à UNIDADE DE TUDO. A segunda lei corresponde à TRINDADE DIVINA. A terceira lei é a continuidade da obra de Deus, definida como a GRANDE OITAVA, abrangendo desde a cabeça até os pés de Adão Kadmon.
O ponto de partida da Árvore é KETHER, que origina a primeira trindade. Kether, por força de criação, se desdobra em CHOKMAH e BINAH. Esta tríade é da maior relevância, correspondendo à segunda lei, pela qual a vontade do Absoluto, através de Kether, cria manifestações que desembocam na terceira lei. A sequência da criação atravessa um sephirote imanifestado, chamado DAAT ou conhecimento. DAAT é invisível e, às vezes, é denominado de Abismo. É uma espécie de entrada ao Universo relativo.
O prosseguimento do processo de manifestação cósmica passa por um segundo nível denominado CHESED, GEBURAH e TIPHERETH. O sephirote TIPHERETH é o ponto central da Árvore. Para ele convergem todos os sephirotes, exceto MALCHUTH. Tiphereth significa Beleza, por este motivo é o ponto harmônico da Árvore. A energia flui para NETSACH, ou Eternidade. Do lado oposto está HOD, traduzido como Esplendor. Hod trabalha com Netsach, junta-se com Tiphereth e desce a JESOD (Fundamento). O último sephirote é MALCHUTH, o Reino, a matéria condensada.
É preciso compreender que a ÁRVORE DA VIDA possui inúmeros desdobramentos. Podemos vê-la sob os mais diferentes enfoques e nem por isto a sabedoria se altera.
O Abade Alfonso Luigi Constant (1810-1875) adotou o pseudônimo de Eliphas Levi. Escreveu várias obras de cunho esotérico, inclusive sobre a Cabala Hebraica. Foi um esoterista, mago e filósofo sério. A seguir, transcreveremos suas palavras ao descrever a Árvore da Vida:
“Deus é, pois, a Potência ou Coroa Suprema (KETHER), que repousa sobre a Sabedoria imutável (CHOKMAH) e a Inteligência criadora (BINAH). Nele está a Bondade (CHESED) e a Justiça (GEBURAH), que são o ideal de Beleza (TIPHERETH).
“Nele há o movimento sempre vitorioso (NETSACH) e o Grande Repouso Eterno (HOD). A sua vontade é a Geração contínua (JESOD), e o seu Reino (MALCHUTH) é a imensidade que povoa os universos”.
O Dr. Samael Aun Weor, em sua obra TAROT Y CABALA, afirma o seguinte:
“Se observarmos a Árvore da Vida, tal como está escrita pelos cabalistas hebraicos, vemos dez sephirotes. Começa pelo Ancião dos Dias (Kether), que está no lugar mais elevado da Árvore. Segue CHOKMAH, o segundo sephirote, ou seja, o 2o. Logos que é propriamente o CRISTO CÓSMICO ou VISHNU. Logo vem BINAH, o 3o. Logos, o Senhor SHIVA. Kether, Chokmah e Binah são o Pai, o Filho e o Espírito Santo, tal como está desenhado na Árvore da Vida dos Mistérios Hebraicos, assim o ensinaram os rabinos.
“Kether, Chokmah e Binah são a Trimurti e a Perfeição, são o Triângulo Divinal: o Pai muito amado, o Filho muito adorado e o Espírito Santo muito sábio.
“Depois do Triângulo Divinal há um abismo. Depois do abismo vem um segundo triângulo, formado por CHESED, o 4o. sephirote, que corresponde ao ÍNTIMO ou ATMAN, o Inefável, falando em linguagem sânscrita. Continua com GEBURAH, o Rigor da Lei, o 5o. sephirote, o BUDHI, a Alma Divina, que é feminina. A seguir, TIPHERETH, o 6o. sephirote, a Alma Humana, que é masculina.
“Por desdobramento, vem o terceiro triângulo, representado por NETSACH, a Mente, o 7o. sephirote. Continua com HOD, o 8o. sephirote, o Corpo Astral. Mais abaixo está JESOD, o 9o. sephirote, o principal fundamento do sexo, o fundo vital do organismo humano, o Corpo Vital, o veículo etérico , o Lingan Sarira dos teósofos.
“Por último, encontramos na parte mais baixa da Árvore da Vida a MALCHUTH, o 10o. sephirote, o mundo físico, o Corpo Físico, o corpo de carne e osso.
“O primeiro triângulo é LOGÓICO: Kether, Chokmah e Binah.
“O segundo triângulo é ÉTICO: Chesed, Geburah e Tiphereth.
“O terceiro triângulo é MÁGICO: Netsach, Hod e Jesod.
“O primeiro triângulo, ou seja, o Logóico, obviamente tem seu centro de gravitação; isto qualquer um pode observar, é o Pai Divino, o Ancião dos Dias, Kether. É o ponto matemático no espaço, imenso, infinito, inalterável. Este triângulo é o Triângulo do Pai.
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