Sob o ponto de vista prático, a consciência é uma espécie de “dar-se conta interiormente”, não tendo nada a ver com as atividades do pensamento ou da mente.
É uma tomada de conhecimento de si mesmo. É a percepção de QUEM É, de ONDE ESTÁ e o QUE FAZ. Após este estado, compreende o que sabe, o que não sabe e o que precisa aprender. Somente a própria pessoa será capaz de saber se, de fato, está ou não CONSCIENTE em certo momento. Logicamente, apenas o próprio indivíduo pode aperceber se sua consciência existe ou não naquele instante. Portanto, é impossível para qualquer pessoa avaliar se a consciência do outro está ou não ausente. As manifestações exteriores são impróprias para nos certificarmos se há ou não a presença da consciência em dado momento.
No mundo tridimensional, de fato, não se pode saber se uma pessoa está ou não consciente, entretanto quando entramos no campo do hiperespaço, quarta dimensão ou mundo astral, podemos identificar nos indivíduos a presença ou ausência da consciência. Alguns indicadores extracorpóreos sobre a atuação consciencial são:
OLHOS DE SONÂMBULO
Embora os olhos astrais estejam abertos, nota-se um olhar vago, nebuloso, opaco, distante, bem semelhante ao olhar de pessoas que sofrem de sonambulismo ou estejam sob transe hipnótico. A pobre criatura não se dá conta de que encontra-se fora do corpo material. Segue com os mesmos afazeres do mundo físico, de forma automática e mecânica.
CORES ÁURICAS
Os autênticos Mestres Espirituais sabem perfeitamente quando alguém está ou não plenamente consciente no mundo astral, através das cores emanadas pelo campo áurico.
PREOCUPAÇÕES MATERIAIS
Se o indivíduo manifesta preocupações materiais, tais como roupa, casa, calçado, carro, bens em geral, seguramente sua consciência encontra-se completamente ausente.
No mundo físico ou no astral, o indivíduo poderá dar-se conta, por um instante, de que antes desse mesmo momento não estava consciente. Logo a seguir, esquecerá esta experiência e, mesmo recordando-se do fato, já não será mais a consciência e sim a memória da experiência. Logo, para a consciência SÓ EXISTE O MOMENTO, O AQUI E AGORA. Passado ou futuro não é consciência.
A Psicologia Acadêmica considera que as pessoas possuem consciência permanente, todavia tal fato não ocorre. A consciência pode estar presente ou ausente, inclusive Carl Gustav Jung já admitia a sua descontinuidade. Dizia que gostamos de pensar que somos conscientes ou senhores de nossa própria casa, mas tal fenômeno não ocorre porque somos dominados por certos “demônios”.
DESCONTINUIDADE DA CONSCIÊNCIA
A consciência possui graus, embora a ciência contemporânea não o aceite. Qualquer pessoa, ao se observar, poderá detectá-los. Vejamos três critérios para se constatar o grau de consciência.
1) Quanto tempo você permaneceu consciente;
2) Quantas vezes se tornou consciente;
3) De que você estava consciente.
Uma pessoa sensata poderá dar-se conta dos três pontos expostos acima. Mas, se você ainda está com dificuldade de compreender o conceito, sugerimos o seguinte exercício:
a) Sente-se comodamente;
b) Estique seu braço direito para frente e levante o polegar para cima;
c) Fixe sua atenção na unha do seu polegar;
d) Esforce-se por manter a percepção de si mesmo, lembrando: ESTE POLEGAR FAZ PARTE DE MEU CORPO;
e) Repita, também mentalmente: EU ESTOU AQUI NESTE MOMENTO;
f) Procure somente pensar nisto;
g) Mantenha a atenção no polegar, permanecendo consciente de si mesmo, de sua existência e do lugar em que se encontra.
Se você for persistente poderá manter-se neste estado por, digamos, três minutos. Logo, esquecerá do que estava fazendo e, de repente, outra vez se lembrará: ESTOU FAZENDO ESTE EXERCÍCIO. Outra vez voltará a se esquecer. Se você fizer esta prática por 15 ou 20 minutos perceberá claramente a DESCONTINUIDADE DA CONSCIÊNCIA. Alguns pensamentos passarão por sua mente. Você se IDENTIFICARÁ com eles, seguindo alguma lógica.
Este teste comprova a possibilidade de haver continuidade de consciência mediante o AUTO-ESFORÇO DE RECORDAR A SI MESMO. A conclusão mais substanciosa, retirada do experimento, vem a ser a compreensão de que o ser humano não é consciente de si mesmo.
No estado de vigília comum, quando a pessoa está em sua atividade diária, se lhe perguntarmos se está ou não consciente, seguramente responderá que SIM. Pode até ser verdade naquele momento em que responder, mas logo a seguir se deslocará para um estado de atenção fracionário, nebuloso, fantasioso, caindo no sono psicológico, embora os seus olhos físicos estejam completamente abertos.
Evidentemente, discernir sobre o estado de vigília em nós mesmos é muito mais difícil do que observá-lo nos outros. Desfrutamos de raros momentos de AUTOCONSCIÊNCIA, quer estejamos no corpo físico ou nos mundos internos. Na prática, não há a menor diferença entre o sono da consciência, encarnada ou desencarnada. O pior de tudo é saber que muitas pessoas que já morreram, isto é, que já não possuem corpo físico, crêem firmemente estarem vivas fisicamente.
Neste momento em que escrevo estas linhas, vem-me à memória uma inusitada experiência. Há muitos anos atrás, faleceu uma tia minha com a qual tinha forte ligação sentimental. Ela contava 85 anos quando desencarnou. Seus últimos seis meses de vida foram difíceis devido a certa doença que a impedia de caminhar normalmente. Dias antes do desencarne, vivia praticamente acamada. Após sua morte a encontrei no mundo astral. Ela me dizia: “Veja, estou curada, estou com saúde, posso andar, etc.”. Minha querida tia, com a consciência adormecida, não reconhecia estar no mundo dos falecidos, acreditava estar curada de sua doença, pensava possuir corpo físico. QUE TRISTEZA É A CONSCIÊNCIA ADORMECIDA. LUTEMOS POR DESPERTÁ-LA!
DIFERENÇAS ENTRE O CORPO ASTRAL DO ENCARNADO E DO DESENCARNADO
O desdobrista novato encontrará certa dificuldade em distinguir entre os seres encarnados e os desencarnados quando estiver no mundo astral. É preciso saber que estando fora do corpo, conscientemente, não significa que a CONSCIÊNCIA já esteja plenamente desperta. Ocorre, freqüentemente, o total desconhecimento do projecionista em relação à região ou sub-região astral em que se encontra. Há várias regiões no mundo astral, assim como as temos no mundo físico. No mundo material, podemos encontrar regiões completamente opostas como as geleiras dos pólos com temperaturas baixíssimas, ou desertos abrasadores com mais de 50 graus centígrados positivos. No astral, podemos nos deparar com regiões tão diferentes como as tridimensionais acima – é claro que não em termos de calor ou temperatura. A grosso modo, podemos afirmar a existência do baixo, médio e alto astral. Dependendo da densidade de certas características psicológicas ou interiores do encarnado ou desencarnado, ele poderá manifestar-se numa destas regiões. Ao se deparar com alguém, no mundo astral, é necessário reconhecer se possui ou não corpo físico. Há certos elementos diferenciais marcantes entre um e outro. Vejamos alguns:
IRRADIAÇÃO
ENCARNADO – Apresenta o corpo astral com certa opacidade ou pouca transparência.
DESENCARNADO – Apresenta o corpo astral com mais transparência e certa radiância, pelo fato de não estar ligado a um corpo físico.
LIMITAÇÃO
ENCARNADO – O desdobrista experiente sabe que, pelo fato de estar conectado ao corpo físico, possui certas limitações no seu deslocamento devido à ancorajem ao corpo físico. Há regiões praticamente inacessíveis ao encarnado de corpo astral lunar. Aclaramos que há dois tipos de corpo astral: lunar e solar. A quase totalidade da humanidade só possui o corpo astral lunar. O corpo astral solar é um luxo conquistado por raríssimos seres humanos. Trataremos deste tema em lições mais adiantadas.
DESENCARNADO – Temporariamente, goza de mais facilidade de deslocamento em determinadas regiões.
CORDÃO DE PRATA
ENCARNADO – Todo encarnado possui o cordão energético de prata que o liga ao corpo físico, devido a isto está sujeito a certas limitações.
DESENCARNADO – Não possui cordão de prata porque não está atado ou conectado a um corpo físico e, obviamente, está mais livre para deslocar-se.
APARÊNCIA
ENCARNADO – Não possui uma aparência constante quando projetado no mundo astral. Ora pode apresentar feições da vida anterior, ora seu rosto assemelha-se ao da vida atual, de repente pode tornar-se amorfo, semelhante a uma nuvem, etc. Portanto, há uma dança de formas que desfilam na aparência do encarnado.
DESENCARNADO – A aparência é muito mais inconstante do que no encarnado, devido a que não possui corpo físico. As transfigurações são mais rápidas e, às vezes, surgem aparências egóicas com características de luxúria, ira, orgulho, cobiça, inveja, etc. No encarnado, este fenômeno também pode ocorrer. A diferença fundamental entre o encarnado e o desencarnado é a fluidez, instabilidade e velocidade da transfiguração da aparência. No desencarnado é muito mais instável e rápida.
TELETRANSPORTE
ENCARNADO – Devido ao lastro energético do corpo físico, o “peso” ou “densidade” do encarnado é muito maior que do desencarnado. Por tal fato, o teletransporte para sub-regiões astrais é ligeiramente mais lento ou difícil.
DESENCARNADO – A ausência veicular física permite ao desencarnado teletransportar-se rápida e facilmente pelas regiões que lhe corresponde.
TEMPO
ENCARNADO – Evidentemente, o desdobrista atem-se ao fator tempo, visto que ao penetrar no mundo astral possui vínculos com o mundo físico. Carrega em seu subconsciente certos automatismos biológicos e psicológicos inerentes à vida social como: emprego, compromissos, manutenção do corpo celular, etc.
DESENCARNADO – Está livre do condicionamento do tempo, como o conhecemos no mundo material. Queremos enfatizar que o “tempo astral” é completamente diferente do tempo físico.
O que denominamos tempo está intimamente relacionado com a CONSCIÊNCIA. O nível consciencial é fundamental para distinguir as características do encarnado e do desencarnado. Procuramos apenas expor alguns elementos diferenciais com o propósito de informar ao estudante. Cabe a cada desdobrista esforçar-se por despertar níveis de consciência cada vez maiores com o objetivo de discernir claramente sobre o campo fenomênico extracorpóreo, cujos referenciais físicos são, em muitos casos, indescritíveis com palavras.