A presente lição é apenas um breve resumo do material exposto em nosso Curso de Formação em Terapia Floral e no Curso de Anatomia para Terapeuta. Caso você mais interesse no tema recomendamos se inscrever nos mencionados cursos onde há abundantes informações acerca de como as emoções e pensamentos podem gerar distúrbios orgânicos. O autor do curso acredita que qualquer terapeuta de qualquer área tradicional ou alternativa deve conhecer as relações entre doenças e o psiquismo. A Psicossomatologia ou Psicossomática visa objetivamente traçar um paralelo entre as doenças do corpo e suas correlações emocionais, mentais e espirituais.
Corpo, emoções, mente e espírito faz parte de um todo chamado ser humano. Para analisar uma enfermidade física sempre se deverá levar em consideração o estado interior do indivíduo. Dr. Bach em seu livro “Os Remédios Florais de Bach” Capítulo VIII, afirma que:
“A escola médica do futuro não se interessará em particular pelos resultados finais e produtos da doença, não dará muita importância às lesões físicas em si, tampouco administrará drogas e produtos químicos apenas no intuito de atenuar nossos sintomas, mas, compreendendo;…”
Não podemos separar as doenças físicas das psíquicas uma vez que uma atua sobre a outra.
Dr. Lawrence E. Lamb, destacado cardiologista americano, no prefácio do livro “Fenômenos Psicossomáticos” (José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1974) de autoria de Howard R. e Martha E. Lewis diz que:
“É um erro admitirmos que, sendo uma disfunção física causada por um determinado mecanismo, ela não possa ser igualmente desencadeada por outro”.
O QUE É PSICOSSOMATOLOGIA
O termo psicossomatologia compõe-se das palavras “psique”, “soma” e “logia”. O vocábulo grego “psique” significa alma, “animus”, essência imortal do homem. O valor vernacular atribuído a “psique” nos dias de hoje refere-se às funções emocionais e mentais. “Soma” em grego significa corpo. Refere-se mais exatamente ao corpo físico, material carnal. “Logia” traduz-se como estudo, tratado.
Psicossomatologia pode ser definida como o estudo das enfermidades do corpo que influencia as emoções e pensamentos, de modo análogo, as emoções e pensamentos causando alterações orgânicas.
O Dr. Stanley Cobb da Sociedade Psicossomática Americana, EUA afirmou que: “São bem poucos os médicos que já se disciplinaram a ponto de evitar pensar dualisticamente”. A Medicina Psicossomática só será realmente eficiente no dia no qual os médicos deixarem de considerar as doenças como sendo problemas decorrentes de causas específicas, quando realmente aceitarem que tanto a saúde como a enfermidade constituem reações do organismo em face aos meios internos e externos.
A palavra “psicossomática” aplicada na Medicina é relativamente recente. O vocábulo apareceu pela primeira vez na literatura médica alemã em 1922. Na década de trinta passou a ser usada na língua inglesa. A Dra. Helen Flanders Dunbar, da Columbia University College of Physicians and Surgeons, EUA o utilizou em sua obra “Emotions and Bodily Changes” (Nova Yorque, Columbia Press, 1954). Esse livro é um tratado enciclopédico de mais de mil páginas. Nele encontramos uma análise das inter-relações psicossomáticas. Graças a esse trabalho o termo “psicossomático” foi adotado no mundo no meio médico.
O ANTIGO É NOVO E O NOVO É ANTIGO
Apesar de que somente nesse século a palavra “psicossomático” ter surgido em Medicina, o conceito do fenômeno já era compreendido e aplicado há milênios.
A Medicina Tradicional Chinesa não faz distinção entre as doenças do corpo, mente ou emoções. Há mais de 4.500 anos Huang Ti, o Imperador Amarelo, é o autor de uma obra de Medicina interna na qual observou que a frustração pode causa doenças físicas. Em seu tratado clássico Nei King (O livro do Imperador Amarelo) diz: ”Seus desejos e idéias deverão ser investigados e acompanhados e então… aqueles que tenham atingido a satisfação espiritual serão prósperos e vicejantes, enquanto os demais, os que não conseguirem, perecerão”.
Hipócrates, pai da Medicina, há mais de 2.500 anos atrás postulava ser necessário que os médicos possuíssem conhecimento acerca da totalidade do ser humano para que as doenças fossem efetivamente tratadas.
Sócrates, filósofo grego, ao retornar do serviço militar advertiu aos seus compatriotas que os tracianos bárbaros estavam na dianteira, porque sabiam que o corpo não poderia ser curado sem levar em conta a mente.
Na Roma antiga, os médicos Soranus e Caelius Aurelianus utilizavam a psicoterapia com objetivo de aliviar os sofrimentos físicos de seus pacientes.
Na Idade Média as doenças físicas e mentais eram tratadas por meio de pregações e penitências procurando atingir a alma das pessoas enfermas.
No início do século XVI, Martinho Lutero afirmava: ”Pensamentos soturnos provocam males físicos quando a alma está oprimida. O mesmo ocorre com o corpo”. Sabe-se que Lutero tinha preocupação mórbida com a saúde. Durante sua vida adulta sofreu de constipação intestinal. Essa era de origem fundamentalmente psíquica devido aos conflitos íntimos entre a lealdade da Igreja católica e sua dissidência espiritual.
Durante séculos aceitou-se a idéia de que as pessoas poderiam morrer de desgosto caso o seu amor não fosse retribuído. Do mesmo acreditava-se, que o medo e ira provocariam moléstias no corpo físico.
No início do século XIX o médico francês chamado Pierre Cabanis expôs o conceito segundo o qual as paixões fortes provocariam reações patológicas no organismo físico. A concepção de Cabanis ocorreu durante a Revolução Francesa. Defendeu a tese de que haveria a necessidade de uma abordagem psicossomática como recurso visando a reforma da Medicina.
Na segunda metade do século XIX incentivou-se o estudo dos microorganismos como causadores das doenças. Devido a isso as observações psicossomáticas foram relegadas ao segundo plano ou até mesmo desconsideradas.
Platão, grande filósofo da antiga Grécia, há mais de dois milênios afirmou: “a cura de inúmeras doenças é desconhecida pelos médicos de Hellas porque eles ignoram o conjunto. Essa é a razão pela qual uma parte jamais poderá estar bem a menos que o todo esteja bem… Esse é o grande erro dos nossos dias no tratamento do corpo humano”.
Essa afirmação é tão válida há dois mil anos atrás como nos dias de hoje. Do mesmo modo, pensa o Dr. Leonard P. Caccamo, clínico de Youngstown, Ohio, EUA. Segundo ele é preciso cuidar da pessoa como um todo. Não é possível tratar o coração sem levar em conta os problemas que afligem a alma. Com o objetivo de termos eficientes tratamentos aos enfermos é necessário cuidar da família, pais, filhos, esposas, esposos, etc. Caso não o faça o terapeuta perderá eficiência em seu tratamento.
