Você Sabe Como Funciona sua Mente


A energia mental está dentro e fora de nós. Existe a mente pessoal e a mente cósmica. Na verdade, qualquer forma criada possui energia mental. Na Psicologia Tibetana a MENTE é vista com muito mais profundidade do que na Psicologia Ocidental. Tendemos a associar a mente ao intelecto ou idéias e em virtude disto caímos num labirinto de teorias, onde não há o fio de Ariadne.

frases de Jung Mais: Os monges psicológicos tibetanos chamam de KUN-SHI NAM-SHE ao fundamento de todas as nossas experiências. Toda e qualquer experiência de uma pessoa produz impressões. As impressões podem ser positivas ou negativas. As impressões podem gerar formas mentais (EUS PSICOLÓGICOS), criando certo vínculo, digamos, kármico. As formas mentais kármicas são como sementes. Se forem cultivadas criam raízes, germinam, dão frutos e geram novas sementes, criando o círculo vicioso do SAMSARA, ou roda da vida, cujo resultados são observados no diário viver.

A tradição tibetana não vê diferença entre corpo, mente e espírito. Para eles o homem é um todo, portanto o KUN-SHI NAM-SHE não se refere unicamente ao aspecto puramente psicológico do funcionalismo da mente, mas há, sobretudo, um conteúdo profundíssimo do aspecto filosófico e religioso em dimensões cósmicas. As características do próprio corpo físico são vistas como um produto da emanação e cristalização da mente. Através do estado de consciência (vide lição 7) a energia mental é dirigida. Quanto maior for o grau de consciência, melhor será a orientação dada à energia mental. Quanto menor for o grau de consciência, maior desordem haverá na energia mental.

Continua o Dr. Samael, na mesma obra anteriormente citada:

“Em dinâmica mental necessitamos saber algo sobre o como e o porque funciona a mente.

“A mente, inquestionavelmente, é um instrumento que nós devemos aprender a manejar conscientemente. Porém, seria absurdo que tal instrumento fosse eficiente se antes não conhecêssemos o como e o porque da mente.

“Quando se conhece o como e o porque da mente, quando se conhece os diversos funcionalismos da mesma, pode-se controlá-la e esta se converte em um instrumento útil e perfeito, em um maravilhoso veículo mediante o qual podemos laborar em benefício da humanidade.

“Necessitamos, na verdade, de um sistema realista, se é que verdadeiramente queremos conhecer o potencial da mente humana.

“Por estes tempos abundam muitos temas para o controle da mente. Há os que pensam que certos exercícios artificiosos podem ser magníficos para o controle do entendimento. Há escolas, existe muita teoria sobre a mente, muitos sistemas, mas como seria possível fazer da mente algo útil? Reflitamos que, se nós não conhecemos o como e o porque da mente não podemos conseguir que esta seja perfeita.

“Necessitamos conhecer os diversos funcionalismos da mente, se é que queremos que a mesma seja perfeita. Como funciona? Por que funciona? Esse como e porque são definitivos.

“Se, por exemplo, lançamos uma pedra a um lago veremos que se formam ondas, estas são a reação do lago, da água contra a pedra. Similarmente, se alguém nos diz uma palavra irônica, esta palavra chega à mente e a mente reage contra tal palavra, então vêm os conflitos.

“Todo mundo têm problemas, todo mundo vive em conflitos. Eu observei cuidadosamente as mesas de debates de muitas organizações, escolas, etc. Não se respeitam uns aos outros. Por que? Porque não se respeitam a si mesmos.

“Observe-se um Senado, uma Câmara de Representantes, ou simplesmente uma mesa de escola: se alguém diz algo, outro se sente iludido, se irrita e diz algo pior, brigam entre si e terminam em um grande caos os membros da Mesa Diretiva. Isto de que a mente de cada um deles reage contra os impactos do mundo exterior resulta gravíssimo.

“Na verdade, tem-se que apelar à PSICANÁLISE INTROSPECTIVA para explorar a própria mente. Se faz necessário auto-conhecer-nos um pouco mais no campo intelectual. Por exemplo, por que reagimos ante a palavra de um semelhante? Nestas condições nós sempre somos vítimas… Se alguém quer que estejamos contentes, basta que nos dê umas palmadinhas nos ombros e nos diga algumas palavras amáveis. Se alguém quer ver-nos desgostosos bastaria que nos dissesse algumas palavras desagradáveis.

“Então, onde está nossa verdadeira liberdade intelectual? Qual é? Dependemos concretamente dos demais, somos escravos, nossos processos psicológicos dependem exclusivamente de outras pessoas, não mandamos em nossos processos psicológicos e isso é terrível.

“São os outros que mandam em nós e em nossos processos íntimos. Um amigo, de repente, vem e nos convida para uma festa, vamos à casa do amigo, nos brinda com um copo, nos dá pena não aceitá-lo, o tomamos, vem outro copo e também o tomamos; logo, outro e outro, até que terminamos embriagados. O amigo foi dono e senhor de nossos processos psicológicos.

“Uma mente assim pode, por acaso, servir para algo? Se alguém manda em nós, se todo mundo tem direito a mandar em nós, então, onde está nossa liberdade intelectual? Qual é?

“De pronto, nos encontramos ante uma pessoa do sexo oposto, nos identificamos muito com essa pessoa e, ao fim, terminamos metidos em fornicações ou adultérios. Quer dizer que aquela pessoa do sexo oposto pôde mais e venceu nosso processo psicológico, nos controlou, nos submeteu à sua própria vontade. Isto é liberdade?

“O animal intelectual, falsamente chamado homem, na realidade se educou para negar sua autêntica identidade, valores e imagem. Qual será a autêntica identidade, valores e imagem íntima de cada um de nós? Será acaso o Ego ou a Personalidade? Não! Mediante a psicanálise introspectiva podemos passar mais além do Ego e descobrir o Ser.

“Inquestionavelmente, o Ser, em si mesmo, é nossa autêntica identidade, valores e imagem. O SER, em si mesmo, é o K-H, o Kosmos-Homem ou o Homem-Kosmos. Desgraçadamente, como já o disse, o animal falsamente chamado homem se educou para negar seus valores íntimos, caiu no materialismo desta época degenerada, se entregou a todos os vícios da terra e marcha pelo caminho do erro.

“Aceitar a cultura negativa inspirada subjetivamente em nosso interior, seguindo o caminho da menor resistência, é um absurdo. Desgraçadamente, as pessoas, por estas épocas, gozam seguindo o caminho da menor resistência e aceitam a falsa cultura materialista destes tempos, a deixam ou permitem que seja instalada em sua psique e assim é como chegam à negação dos verdadeiros valores do Ser”.

 

A DEFORMAÇÃO DA PALAVRA

As palavras articuladas pelo homem são a expressão de suas idéias e pensamentos. A mente origina os pensamentos e idéias, portanto as palavras empregadas nascem do mundo mental. Nossa sociedade está fundamentada na MENTIRA. A mentira é a expressão da mente deformada. A mentira não possui uma conexão harmônica com a mente. Se uma pessoa sensibilizada estiver atenta poderá perceber claramente quando alguém está mentindo. Ouspensky, discípulo de Gurdjieff, em seu livro intitulado FRAGMENTOS DE UM ENSINAMENTO DESCONHECIDO, diz:

“Lembrei-me, de repente, dos esforços que havíamos feito para descrever nossas vidas e das entonações de nossas vozes quando tentávamos esconder certos fatos. Dei-me conta, então, de que aqui tudo residia nas entonações. Quando um homem tagarela ou espera simplesmente ocasião para começar a falar, não nota a entonação dos outros e é incapaz de distinguir as mentiras das verdades”.

Se houver um estado de alerta interior poderemos notar claramente o que Ouspensky destaca como “entonação”. Este fenômeno deve-se à RESSONÂNCIA do mundo mental sobre o mundo físico. Os dois não vibram harmonicamente, produzindo a deformação na palavra.

Seguimos com um extrato da obra do Dr. Samael, anteriormente mencionada:

“O som do canhão, seu estampido, destrói os vidros de uma janela. Por outra parte, uma palavra suave apazigua a ira ou coragem; porém, uma palavra grosseira, inarmônica, produz irritação ou melancolia, tristeza, ódio, etc.

“Se diz que o silêncio é ouro, porém é melhor dizer: é tão incorreto falar quando se deve calar como calar quando se deve falar!

“Há silêncios delituosos, há palavras infames. Se deve calcular com nobreza o resultado das palavras faladas, pois muitas vezes se fere a outros com as palavras, de forma inconsciente.

“As palavras cheias de mal intencionado sentido produzem fornicações no mundo da mente. E as palavras arrítmicas engendram violência no mundo da mente cósmica.

“Nunca se deve condenar a ninguém com a palavra porque jamais se deve julgar a ninguém. A maledicência, a fofoca e a calúnia encheram o mundo de dor e amargura.

“Se trabalharmos com a Super-Dinâmica Sexual, há que se compreender que as energias criadoras estão expostas a toda classe de modificações. Estas energias da libido podem ser modificadas em poderes de luz ou trevas. Tudo depende da qualidade da palavra.

“O homem perfeito fala palavras de perfeição. O estudante gnóstico que deseja seguir pelo caminho da Revolução da Dialética deve habituar-se a controlar a linguagem. Deve aprender a manejar a palavra.

“Não é o que entra pela boca o que faz dano ao homem, senão o que sai! Da boca sai a injúria, a intriga, a difamação, a calúnia, o debate; tudo isto é o que prejudica ao homem.

“Evite-se toda classe de fanatismo, porque com eles causamos grande dano ao homem, ao próximo. Não somente se fere aos demais com palavras grosseiras ou com finas e artísticas ironias, senão também com o tom da voz, com o aceno inarmônico e arrítmico”.

 

SABER OUVIR

Saber ouvir é uma verdadeira arte. Quantas confusões são geradas pelo escutar distorcido ou deficiente. Podemos distinguir duas formas de audição: a) fisiológica e; b) psicológica. Vejamos algumas características de cada uma delas.

 

AUDIÇÃO FISIOLÓGICA

A audição comum se deve ao funcionamento anátomo-fisiológico dos ouvidos externo, médio e interno. As ondas sonoras, ao chegarem aos tímpanos, produzem oscilações. As vibrações são transmitidas aos ossículos denominados bigorna, estribo e martelo, daí passam a várias partes do ouvido interno, chegando ao nervo glossofaríngeo, e daí ao cérebro. No cérebro há várias transformações bioquímicas que produzem efeitos nas estruturas mentais, surgindo entendimento ou identificação por processos de comparação de um registro arquivado com o novo. Há vasta literatura, em Biologia e Anatomia, explicando o funcionamento deste órgão sensitivo.

 

AUDIÇÃO PSICOLÓGICA

A audição psicológica é de nosso maior interesse porque, mesmo havendo um bom funcionamento do aparelho auditivo, quase sempre o aspecto psicológico é deficiente. Certamente você já ouviu a célebre frase: “ELE SÓ OUVE O QUE QUER”. O que se passa com um indivíduo assim? Ocorre a inexistência da unidade psicológica dentro de cada um de nós. Cada pensamento é um EU, cada sentimento é um outro EU, e assim sucessivamente. Quando um EU, que está dominando a máquina humana, não tem interesse em ouvir determinada afirmação, simplesmente não a escuta. Quando certo EU quer ouvir, toda atenção é acionada e a percepção é clara. Ouvimos, quase sempre, só o que nos convém. Apenas a CONSCIÊNCIA reúne as condições necessárias para ouvir corretamente. O EGO ou a PERSONALIDADE deformam as informações segundo seus conceitos e interesses.

O Dr. Samael Aun Weor, em sua obra REVOLUÇÃO DA DIALÉTICA, assevera:

“Há que se aprender a escutar. Para aprender a escutar há que se despertar a consciência. Para saber escutar há que se saber estar presente. O que escuta sempre escapa pelo país e cidade psicológicos. A personalidade humana não sabe escutar, como tampouco o corpo físico, porque é seu veículo.

“Não há um rincão vazio para o conhecimento, para a palavra. Nós devemos ter a orelha para cima, como o Budha, para receber a palavra crística.

“Escutar psicologicamente é muito difícil.

”Há que se aprender a estar atento para saber escutar. Há que tornar-se mais receptivo para a palavra.

“As pessoas não recordam suas existências anteriores porque não estão em sua casa psicológica, porque estão fora dela.

“Há que recordar-se de si mesmo. Há que relaxar o corpo quantas vezes possamos durante o dia.

“Por esquecimento do Ser, as pessoas cometem muitos erros. Grandes coisas nos sucedem quando nos recordamos de nós mesmos.

“Consultar é necessário, porém o importante é saber escutar. Para saber escutar há que se ter os centros emocional, motor e intelectual em suprema atenção.

“A falsa educação nos impede de escutar. A falsa educação danifica os cinco centros da máquina humana: intelectual, motor, emocional, instintivo e sexual”.

Extrato da lição do Curso Saber é Poder. Mais info, clique aqui.

 

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